segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Poesia desastrosa ( em Ubatuba )

 

 
Julinho Mendes 

Emoldurada de verde mata,
Uma baía, pedacinho de Atlântico.
No mar de calmas ondas,
Repousa um transatlântico.
Turistas nos visitam,
Apreciando nossa beleza (a natural).
Uma praia de areia dourada,
Um jundu de ralinho mato,
Uma folha de compensado

Arcidão, o pinguim


                Há coisa de quarenta anos era comum, no cotidiano caiçara, aproveitar ao máximo a natureza que nos rodeava e a convivência com as pessoas. Todos se conheciam, queriam ficar  juntos sempre. Nos finais das tardes, já nos serões, nas praias, os jovens jogavam futebol ou peteca. Aproveitavam a calmaria, paqueravam, partilhavam histórias. Os mais velhos, na linha do jundu, pelos ranchos de canoas, proseavam sobre o cotidiano antes de se dirigirem para o jantar. Outros chegavam de armar tresmalhos e puxavam as embarcações às áreas protegidas. Poucos passeavam na linha do lagamar: se molhavam até as canelas, um relaxamento ainda seguido à risca por alguns caiçaras e que vem de outros tempos.

Um galo sortudo

 



Imagem da internet

 
 

Ganhei um frango, na verdade, um galo, de minha nora. Explico-me. Numa conversa recente, disse-lhe que estava com uma vontade danada de comer frango caipira ensopado, com mandioca, batata, hortelã castelo e pimenta de cheiro. Feito na panela de barro que a Isildinha me comprou numa viagem que ela fez ao litoral do Espírito Santo. Dias depois dessa conversa com minha nora, apareceu-me em casa o frango. Só que veio vivo!

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Varal literário [em Ubatuba, SP]

 

 
 
Imagem meramente ilustrativa  , não faz parte da matéria original aqui compartilhada.

Às vezes precisamos de muito pouco para proporcionar momentos de alegria e felicidade. O relato a seguir serve para ilustrar essa opinião.

Há uns quinze dias atrás fui ao Instituto da Árvore e logo depois chegou o serralheiro e me entregou os cavaletes. Coloquei-os de pé e conectei as barras formando uma bancada. Pequei três tábuas de compensado e improvisei uma mesa e a cobri com uma toalha.

COLHENDO NA PRAIA

 

  PRAIA   DA JUSTA  -REGIÃO NORTE  - ANO 1993

 Muitos aspectos da cultura caiçara merecem ser relembrados, mesmo que seja quase inimaginável de se repetirem. Um exemplo que agora me vem à lembrança é o “ritual” do sapinhaoá, um  molusco outrora largamente utilizado na culinária. Hoje, com nossas praias e águas sujas, quem tem coragem de coletar sapinhaoá para comer?

terça-feira, 17 de setembro de 2024

UBATUBA APÁTICA

 



Imagem meramente ilustrativa , ela não faz parte da matéria original compartilhada aqui..

 
 

Ouvi alguém dizer que, nos últimos tempos, nada de relevante acontece nesta cidade. Eu contestaria dizendo que tivemos um incêndio num estabelecimento comercial no centro da cidade que serviu, segundo alguns, para exercitar a eficiência do Corpo de Bombeiros que, depois de certo tempo, chegou ao local, pondo fim ao sinistro. Mas afora isso, nada.

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

UM NATAL DE OUTROS TEMPOS

 



                Hoje todo mundo aguarda o Natal esperando presentes. É bem diferente de outros tempos, quando ninguém sonhava com Papai Noel e lojas de tudo quanto é novidade. Prazer dessa época era o Reisado que surpreendia sempre.

                No Sapê, a praia onde nasci, sabíamos que o  Natal não estava muito longe porque ajudávamos a vovó Martinha e a Maria Balio a  montar o presépio na capela. As imagens (bois, carneiros, reis magos, pastores, Jesus Cristinho e seus pais) eram guardadas no armário da sacristia, junto com os outros objetos sagrados. Restava pouca coisa para nós crianças fazermos, além de juntarmos conchinhas no lagamar.

AMIZADE

 



A imagem acima não faz parte da matéria original aqui compartilhada, ela é apenas ilustrativa

 
 

No sábado, o Toninho surpreendeu-me. Presenteou-me com uns dois quilos de mistura. Peixes pequenos que vêm nas redes de pesca de camarão. É que, dias atrás, havíamos conversado por telefone e eu lhe falara de estar com vontade de comer esses peixinhos, bem fritinhos, acompanhados de feijão, farinha, arroz e uma saladinha de tomate temperada com sal, azeite, vinagre e salsinha. Coisinha simples. 

domingo, 15 de setembro de 2024

Prosa Caiçara com Dna Guilhermina da Região do Poruba e Cambucá, de Ubatuba SP

Ubatuba e sua história na aba do chapéu

 

Pesca no perau

 


Meus artesanatos/ reciclagem de materiais
                Na praia do Sapê, desde o porto do Eixo até chegar no Pontal, sempre predominou a formação de peraus.  Nem sei se é assim que se escreve.
                Perau é a denominação dos antigos para aqueles “buracos” formados junto ao lagamar em praias de tombo. É uma combinação das forças das ondas com correntezas, constituindo um corredor natural para os peixes. São ótimos pesqueiros, onde predomina pampo, cação, embetara etc.

Eu?... Passarinho!

 




A  imagem  da capa do livro  de  Mario Quintana cima   citada neste texto não faz parte da matéria original aqui compartilhada,  ela aqui é meramente ilustrativa 

 
 

Alguns dos meus textos podem, equivocadamente, passar a ideia de que sou um predador, alguém que não respeita ou que estimula o desrespeito à natureza. Na verdade, o caiçara sempre foi quem mais preservou a Mata Atlântica. A historiadora Kilza Setti é também dessa opinião. O litoral começou a sofrer depredações ambientais quando o caiçara vendeu suas terras e os novos proprietários as transformaram em loteamentos. Essa ocupação horizontal do solo acabou com as árvores frutíferas que havia em toda propriedade caiçara.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

A MORTE DE UM RIO


Vocês estão vendo esse filete d’água que se esforça, brigando com areia para chegar ao mar? Será um despejo de esgoto de alguma casa a beira mar? Será o despejo de piscina sendo desaguada? Água da chuva?
Não pessoal, é um rio... Um rio que antes era garboso, revolto, caminho de canoas, hoje está moribundo, morrendo de sede.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

A IMPORTÂNCIA DO JUNDÚ

 

Olhando essa foto da praia do Cruzeiro, a gente percebe que o Jundu protegeu a calçada quando a maré subiu.
As raízes fazem um emaranhado na areia, fazendo um bloco consistente, a água bate mas não leva a areia, fazendo uma parede viva e eficaz contra enchentes.
A Mata nas margens de rios e beiras de praias tem importante papel que vai além de equilibrar a temperatura e filtrar o ar quente que vem do mar, ou mesmo além de preservação de fauna que vivem nela, pois é berçário de muitos animais endêmicos ( que só existem aqui).
Essa incrível e ameaçada vegetação também mantém o desenho, o formato daquele curso d'água, que sem ele perde a forma,muda o curso e invade as cidades e casas de forma geral.
Preservar a restinga/mata Ciliar é preservar respeitar as águas e qualidade de vida dos moradores.
🌿🏹
🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿🌿
"A última ressaca em Ubatuba danificou quase todo o calçadão da orla entre Itaguá e Centro. A foto ilustra um pequeno ponto da calçada que se manteve íntegro. Não precisa ser especialista pra entender que o pobre e solitário arbusto do jundu/restinga ajudou a conter a areia. Quando os ambientalistas defendem a proteção desta vegetação não significa que são "xiitas". Normalmente estão pensando de forma ampla, a longo prazo e no bem coletivo!". Texto original e foto: Henrique Becker biólogo.


Lidi Keche via facebook
texto de 2021

domingo, 8 de setembro de 2024

CAIÇARADA - Documentário - Ubatuba/SP

A Caiçarada nasceu da necessidade de revitalizar as manifestações culturais e não deixá-las morrer. O objetivo do evento é promover uma reflexão sobre a situação cultural e sócio-ambiental das comunidades caiçaras, além de mostrar a beleza e a riqueza das culturas regionais. A Caiçarada, que geralmente ocorre em agosto, é o ambiente propício para que os antigos apresentem à população a cultura tradicional, atingindo principalmente os mais jovens, que mesmo fazendo uma releitura deste conhecimento, não perdem os vínculos com suas origens. Direção, roteiro e edição - @felipe.scapino Imagens - DaniloSouza, Felipe Scapino e Pedro Najax Contatos: @Cinedoc_Brasil - Canal (Instagram) @Felipe.Scapino (Instragram)

ubatuba histórias de vidas - documentário

 

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

o "Sobradão´ está se desmanchando em Ubatuba

 

 
Nenê Velloso 

O “Sobradão do porto”, construído em 1846, tombado como patrimônio histórico e arquitetônico em 1959, desde 1987 está sobre a responsabilidade da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (Fundart), portanto, há 27 anos vem, a trancos e barrancos, resistindo às intempéries e ao abandono por quem dele deveria cuidar. E agora, aos 168 anos completados neste ano de 2014, sem manutenção, está se desmanchando. As quatro estátuas que lá existiam há muito desapareceram, agora só restam dois vasos solitários (veja detalhes), e ninguém se preocupou. É claro que esse abandono por parte da Fundart vem de administrações passadas, mas a atual administração petista está dando continuidade, pelo menos até o presente. FUNDART, SAIA EM DEFESA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL DO MUNICÍPIO. É isso aí.


Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.

TEXTO PUBLICADO originalmente no site
ubawe.com  - ano 2014

FONTE :  https://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=48411

A Lenda do Boi de Conchas ,


                                             
BOI DE CONCHAS

Ontem fui assistir A Lenda do Boi de Conchas ,de Julinho Mendes no Teatro Municipal . Desnecessário dizer que chorei e cantei todas as músicas junto com os apresentadores, até porque as conheço de longa data.. desde os idos de 2002/03 quando do ainda existia o Pirão Geral ; Mais tarde com Julinho montamos o grupo O Guaruçá e levamos essa lenda há muitos lugares, escolas, Sescs, outras cidades, praças onde o Boi faz a alegria de todos naquele encantamento que só as histórias dão. Gratidão Mariza Muniz, Frazão, seo Ferrinho.; e mais Mariza Taguada, Aládia, Vera e Gustavo. Então ontem viajei com todos por todos os lugares ,mas o musical me fez criança de novo., simplesmente maravilhoso .

O tempo será o senhor da razão...

 


O tempo sempre será o Senhor da razão.
Aprendemos os verdadeiros valores da vida com o passar dos tempos.
E com esse mesmo tempo, nos apercebemos e aprendemos que tudo na vida acontece em seu exato momento.
Aprendemos também, que embora muitas vezes a vida pareça dura, só se colhe frutos, onde há semeadura.
O tempo também nos ensina a importância de sonhar, de insistir, de resistir e realizar.
Ele nos torna resilientes.
Esse mesmo tempo lhe coloca no caminho amigos de verdade, cuja valiosa participação na tua vida não se mede pela quantidade de tempo, mas sim pela intensidade.
Sempre o tempo, nos dando lições de vida a todo momento.

Charles Medeiros via facebook.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

SÓ FALTA ELE EM UBATUBA ....

 

Nenê Velloso 

Sim! Já temos uma miniatura da banda podre do Rio de Janeiro: favelas, drogas, drogados, traficantes, assaltantes de bancos, de caixas eletrônicos, seqüestradores, corruptos etc. e tal.

Agora vamos completar com a banda boa, do Rio de Janeiro. Nós também temos praias, ilhas, avenidas da orla, e o Corcovado. Só falta ele! “O Cristo Redentor”.

A queima de fogos foi a estilo Copacabana. As avenidas da orla: Perequê-Açu, Iperoig e Itaguá vão ser a que estilo? No momento está sendo refúgio de andantes, desocupados, nóias e outros.

No governo Pedro Paulo (1983/88), foi aberta uma trilha a partir da rodovia Oswaldo Cruz (SP-125), parte plana de acesso até o pico do Corcovado. O autor da idéia e abertura da trilha foi o petista Lacerda, que naquela época era funcionário da prefeitura.

É viável e, é só querer fazer brilhar. As ferramentas estão aí.


Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.

Nossa Senhora o Rosário dos Homens Pretos



Está é a imagem de Nossa Senhora o Rosário dos Homens Pretos que foi levada em cortejo. até praça da Paz acompanhada da Congada de Bastão de São Benedito do Bairro do Poruba ,do maracatu Itaomi e representantes dos Quilombos,na fala de Nalva que falou da importância dos povos de outros lugares que se encontram aqui em Ubatuba

Tapira. A Ilha Sagrada de Cunhambebe.



Tapira.
A Ilha Sagrada de Cunhambebe.
Sob o brilho da Mãe Lua
A canoa singra mar.
Na proa da embarcação
Cunhambebe a observar.
O destino é a Ilha
Lugar sagrado no mar
No ritual da Lua Cheia
Bons espíritos encontrar.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

SOBRE AS PLANTAS QUE PRODUZEM FLORES AZUIS DA MATA ATLANTICA

 

Na Mata Atlântica, algumas flores azuis se destacam pela sua beleza e raridade. Um exemplo notável é a Brunfelsia uniflora, conhecida como "manacá-da-serra". Essa planta é apreciada por suas flores que podem variar do branco ao azul, dependendo da fase de abertura e das condições de cultivo. As flores têm um aroma agradável e são bastante atrativas para polinizadores.
Outra planta que merece destaque é a Clitoria ternatea, popularmente conhecida como "erva-borboleta" ou "flor de borboleta". Suas flores são de um azul vibrante e são frequentemente utilizadas na culinária e na medicina tradicional.
Também, a Vinca (ou "flor-de-maio") também pode ser encontrada em algumas áreas da Mata Atlântica, apresentando flores de tonalidades azuis e roxas. Essas plantas, além de embelezarem a paisagem, desempenham papéis importantes nos ecossistemas locais, atraindo polinizadores e contribuindo para a biodiversidade.
E por último, a raríssima Griffinia ornata, recém encontrada aqui em Ubatuba, depois de ser considerada extinta, seu último avistamento havia sido há 139 anos.
Griffinia ornata, uma planta sem nome popular, é um lírio exclusivo do Brasil, caracterizado por flores grandes, volumosas e de coloração azul,ornata floresce entre os meses de outubro a dezembro, com a frutificação a partir do mês de novembro.






Essas flores azuis são exemplos da rica diversidade da flora da Mata Atlântica e ressaltam a importância da conservação desse bioma, que enfrenta várias ameaças, incluindo desmatamento e urbanização.
Flores azuis são consideradas raras na natureza por várias razões, que envolvem aspectos genéticos, ambientais e químicos. Aproximadamente menos de 10% das flores selvagens nativas são azuis, e uma das principais razões para essa raridade é a complexidade da química necessária para absorver todas as cores da luz visível, exceto o azul.




Colabou Lidi Leche - Tamoio de Ubatuba
via facebook

As plantas que produzem flores azuis frequentemente utilizam uma combinação de pigmentos para alcançar essa cor. Por exemplo, muitas delas utilizam uma receita que envolve seis moléculas de antocianina, seis moléculas de um copigmento e dois íons de um metal. Além disso, algumas plantas obtêm a cor azul por meio da delfinidina, uma molécula que difere da cianidina apenas por carregar um átomo de oxigênio adicional em um local específico. A delfinidina é responsável por muitos dos tons de azul mais conhecidos do mundo, como o da genciana.