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Na praia do Sapê, desde o porto do Eixo até chegar no Pontal, sempre predominou a formação de peraus. Nem sei se é assim que se escreve.
Perau é a denominação dos antigos para aqueles “buracos” formados junto ao lagamar em praias de tombo. É uma combinação das forças das ondas com correntezas, constituindo um corredor natural para os peixes. São ótimos pesqueiros, onde predomina pampo, cação, embetara etc.
Papai, vovô Estevan, tio Chico e muitos outros sempre pescavam no perau. Bastava levar a linhada preparada; a isca estava na areia grossa: era pregoava.
] Pregoava é um molusco que vive na divisa da água com a areia, ou melhor, mais para o seco do que para o molhado. Para pegá-lo basta ir afastando a areia com os pés e ir recolhendo as brilhantes conchas. Depois, quebra-se a concha e enfia a carne no anzol. Em seguida, “é só pinchar na água e prestar atenção na fisgada”. Que briga boa faz um peixe na arrebentação! Mais bonito mesmo é ver os pescadores com suas fianduras de peixes rompendo o jundu; levando o “de comê” tão apreciado por todos! Indo pelos caminhos era comum escutar: “Pesca boa. Agora só falta a banana verde!"
Ah! Ia me esquecendo de dizer que pregoava, tal como preguaí, sapinhaoá, saquaritá e outros tantos, também faz parte da alimentação caiçara. Que gostoso!
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