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sexta-feira, 29 de agosto de 2025

LEMBRANÇAS DA ALIX




   A prima Alix, filha da saudosa Glorinha, teve como avó a minha querida tia Maria Mesquita, esposa do tio Genésio. Pensa num casal que eu adorava visitar para me satisfazer com prazerosas prosas!

terça-feira, 29 de julho de 2025

PÁTRIA DOS LIVROS

 


Em época de alguns encontros literários acontecendo nas proximidades, tenho de citar livros e autores. Mohamed Mbougar Sarr, um escritor senegales, escreveu o seguinte em uma história (A mais recôndita memória dos homens), onde uma mulher está se referindo a uma pátria que se defende sozinha. 


domingo, 6 de julho de 2025

A DIDÁTICA DO TIO DARIO


 
Vê o M na parte inferior? - Arquivo JRS 


   Era bem cedo quando eu fui à praia com meu pai para ver as canoas chegando de visitar os tresmalhos. Ah, faz muito tempo isto! Eu gostava muito de ver a tranquila movimentação e admirar os pescados que se ajuntavam nos balaios e fundos das canoas. Também adorava contemplar os desenhos que o sobe e desce das marés deixava no lagamar: eram "árvores" que não se repetiam. Foi naquelas areias molhadas que eu aprendi as primeiras letras: meu pai escrevia e eu copiava ao lado.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

PEDAÇOS DE CHÃO


  

Uma rosa - Arquivo JRS 

    O velho França, ainda não de todo velho, mas aposentado, resolveu-se pelo casamento. Começou a pintar os cabelos, não deixou crescer barba e bigode para não mostrar os fios brancos. (Não tem como escapar das malhas do tempo, né? Porque a idade só cresce - para todo mundo!).


quarta-feira, 7 de maio de 2025

LUZ ACESA


Serão caiçara - Arquivo JRS 

  

    Já tinha anoitecido quando fui seguindo a rua principal do Sapê, o bairro onde nasci. Naquele tempo o final dela era justamente nojose terreiro do vovô Estevan e da vovó Martinha, onde brincávamos, colhíamos frutas, fazíamos fogueiras, tomávamos banho no rio etc. Depois dali era o território chamado por todos como Queimada.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

ÁRVORES E PESCADORES

 

Aroeira cortada- Arquivo internet


 A aroeira do Alfredo Vieira e do papai”.

Assim dona Clície me falou.

Edson do Antônio   Atanázio depois confirmou:

“Era jundu tudo aquilo; um deles a  plantou”.

 

sábado, 5 de abril de 2025

ESCUTE, MININO!



Pescador na boca da barra do Indaiá   (Arquivo JRS)

        Passando a ceia com parte dos familiares e me preparando para almoçar com a outra parte, lembrei-me de uma poesia de tanto tempo. Faz parte da seção Folhas Amareladas.  Através dela desejo Boas Festas aos que acompanham as minhas postagens. Que tenhamos um ótimo 2014. Forte abraço a todos.

PIRÃO DAS LETRAS


Imagem piraodasletras

     Eu acredito que é o pensamento que caracteriza  a alma. É conhecendo que a alma se forma, cuida de si, se alimenta. Logo, devemos estar numa eterna busca do conhecimento. E onde buscamos o conhecimento?

terça-feira, 11 de março de 2025

ENCANTAMENTOS


Mãe d'água desorientada -  (Arquivo JRS)

É forte, entre os caiçaras, a herança tupinambá de encantamentos. Um exemplo, repetido até bem pouco tempo por algumas gerações passadas, era notado na época da revoada da formiga içá: as mulheres se punham rente a saída, bem na boca do formigueiro, e começavam uma cantiga que encantava os tão apetitosos insetos. Tudo por cobiça às suas bundas cheias de proteínas. A finada Maria Bidu, de balaio preparado, cantava assim: “Venha logo formiguinha. Vem pro meu balaio vem. Uma farofa gostosa quero fazer para o meu bem”. 

segunda-feira, 10 de março de 2025

ESCUTE MENINO



Pescador na boca da barra do Indaiá   (Arquivo JRS)

        Passando a ceia com parte dos familiares e me preparando para almoçar com a outra parte, lembrei-me de uma poesia de tanto tempo. Faz parte da seção Folhas Amareladas.  Através dela desejo Boas Festas aos que acompanham as minhas postagens. Que tenhamos um ótimo 2014. Forte abraço a todos.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

SAQUINHO MANSO


Saquinho Manso (Arquivo JRS)

               Parece que foi ontem que nadávamos diariamente entre as praias do Perequê-mirim e da Santa Rita. Depois da Pedra Redonda, onde disputávamos os melhores saltos, o outro lugar onde juntava mais gente era no Saquinho Manso .

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

AH! ELES SÃO MUITOS, MINHA SENHORA!


Pobre rio Acaraú! (Arquivo JRS)

                        Esta terra (Ubatuba) que possibilitou a cultura caiçara parece que está fadada a ser destroçada, juntamente com sua diversidade de ambientes e de seres. Neste rio (Acaraú), quantas vezes participei das pescarias com o João de Souza! Traíras, bagres, acarás e outros peixes serviram à nossa sobrevivência. Hoje é um canal de esgoto oficial  a feder desde a alvorada radiante no Canto do Baguari.Eis a Minha Senhora e senhora de todos os caiçaras! Os caiçaras -e todos! -, são convocados a zelar pelo nosso ambiente natural, pela nossa "galinha de ovos de ouro"! Não nos deixemos cair no engodo do lucro fácil às custas da destruição daquilo que nos deu a vida!

domingo, 16 de fevereiro de 2025

AH! BONS TEMPOS, MINHA SENHORA!


2014- Painel na escola do Perequê-mirim  (Arquivo JRS)

               Apreciando um mural, provavelmente de alunos, na parede da escola (Florentina) do Perequê-mirim (Ubatuba- SP), tantas recordações me assolam... Primeiramente penso nas transformações ao longo da história: de um lugar bem natural, um território livre tupinambá, onde os portugueses e franceses sonharam outros destinos. Os padres jesuítas (Anchieta e Nóbrega) forçaram os arranjos que permitiram a posse dos lusitanos. Foi cruel, Minha Senhora! A Igreja Matriz, assentada a pouca distância da Praia do Cruzeiro, atesta a força da crença dos europeus sobre as crenças indígenas daquele tempo.

CARAPIRÁ


Carapirá - Arquivo internet

 Quando criança, deitado na areia da praia, eu adorava olhar carapirás voando, indo e vindo, circulando na imensidão do céu. Não conhece? Também era chamado de tesoureiro esse pássaro que vive nas costas brasileira se alimentando de peixes, caranguejos e mais coisas que o mar oferece. Mais tarde me disseram que carapirá também era fragata. Deve ter outros muitos nomes esse lindo ser alado. Vovô Armiro dizia que eles faziam ninhos nas pedras da costeira da ilha do Mar Virado.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

VELHO RITA (II) final

 



Os foliões do Divino sempre tinham acolhida na casa do Velho Rita (Arquivo Kilza Setti)

Lembrar do Velho Rita é lembrar dos contadores de causos, das praias do Itaguá, do Acaraú, do Tenório; da turma do Janguinho e Santana, da dona Celeste e de tanta gente boa. Essa gente antiga de Ubatuba! Esses velhos caiçaras!
           Lembrar do saudoso Sebastião Rita é lembrar das suas histórias, de um tempo onde éramos mais despreocupados com tudo. Quase tudo se justificava por uma boa prosa. Só o tempo era o senhor: “Se chover eu faço isso; se fizer sol eu faço aquilo”.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

VELHO RITA - PARTE 1


Ilha dos Búzios (Arquivo JRS)


Lembrar do saudoso Velho Rita é lembrar da sua saudosa e querida Josefa.

Lembrar da Josefa é lembrar da Praia da Maria Godói, em Ubatuba. Ela foi a última caiçara nascida nesta praia, por volta de 1920.

Lembrar da Praia da Maria Godói é lembrar de muitas caminhadas e pescarias num lugar maravilhoso, onde estão as marcas (de antigos moradores) que sempre me convidaram para uma escavação arqueológica a fim de entender melhor a antropologia caiçara.

domingo, 19 de janeiro de 2025

PRESÉPIO CAIÇARA


Detalhe: a pequena mais próxima do braço direito já era corinthiana.  (Arquivo  Kilza Setti)


                Começamos bem o Tempo do Advento: o tão esperado livro da Tia Helô se fez entre nós. Aleluia! (O Ercias me disse que já começou a ler e está gostando muito). Não pude ir ao lançamento, mas pretendo adquirir o mais rápido possível essa preciosidade.

CHEIROS E SAUDADES

 


   

Arte do Gildásio Jardim - (instagram gildasiojardim)

  Me acomodo no banco da praça. O cheiro mais próximo vem de uma roseira que tem a aparência de ser bem antiga a julgar pela grossura do tronco. Me detenho no perfume discreto entre o verde vicejante, todo preservado por alguém sensível que a sabe da nossa necessidade de espaços assim, sobretudo nos centros urbanos, entre o corre-corre inevitável.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Saudade serve para...

 

       Como os causos que contou,
                Era todo paladar
                Como o pirão que provou,
                Era todo caiçara
                Como o povo que amou,
                Era todo coração

                Em 7/12/2007, quando o dia amanhecia, João de Souza, “o caiçara do pé rachado” nos deixou. É a ele que a poesia do Domingos faz referência.

Mais vale a fé

 

Na casa da vó Eugênia, assim como em todos os lares daquele tempo, existia um oratório. Era sobre a mesa grande da sala, onde tinha de tudo: lampião, imagens de santos, fotografias, balaio de costura, caixas de remédios etc. Conforme se aproximava a hora da ave Maria (18 h), o vovô Armiro acendia uma vela e puxava uma oração sempre acompanhado de mais algumas pessoas.