sábado, 9 de agosto de 2025

Poesia desastrosa (em Ubatuba)

 

 
Julinho Mendes 

Emoldurada de verde mata,
Uma baía, pedacinho de Atlântico.
No mar de calmas ondas,
Repousa um transatlântico.
Turistas nos visitam,
Apreciando nossa beleza (a natural).
Uma praia de areia dourada,



Um jundu de ralinho mato,
Uma folha de compensado
Apoiada em feioso poste, (Epa! O que é isso?)
Uma mureta preta,
Tijolinhos do Dudu
E o mais impressionante:
Um poste de ferro, inclinado, (O quê?)
Tombado pela corrosão da ferrugem.
Em seu pé um visível cordão branco
E outro preto que não aparece.
São raízes de cobre,
Condutores de eletricidade.
Cuidado, crianças! Cuidado, turistas!
O que vejo mais?
Vejo relaxo!
Vejo comodismo!
Vejo falta de vontade!
Vejo displicência!
Vejo abandono!
Vejo politicagem!
Vejo...
Vejo, minha gente,
Que continuamos
A ver navios.


Texto de Julinho Mendes


Fonte :  O Guaruçá - Poesia desastrosa (em Ubatuba)



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