Certa vez, caminhava eu pela rua Maria Alves em direção à Matriz, quando ao passar pela Praça Nóbrega, presenciei uma das cenas mais marcante de minha existência na Terra do Cacique Coaquira.
Num banco da praça, um grupo de moradores da Vila de Picinguaba, debatia com certa veemência, a irreparável perda de uma anciã de sua comunidade tradicional Caiçara.
Diante daquele momento tão marcante, parei num canto a observar.
Arrelá, aiaiai. Num pode cê.
Uma perda irreparável meu filho.
E agora, oque nós vamos fazer?
A Vanja morreu.
O conhecimento se perdeu.
Bóis sabeis.
Num tem ninguém na Vila que aprendeu .
Meu Deus do Céu oque vai acontecer.
Quem é que vai cortar o vento na Picinguaba, se ninguém aprendeu com a Vanja a arte de se fazer.
Tinha uma certa aflição, regada de muita emoção, nas palavras ali ditas com o coração.
Muito tempo se passou do dia em que eu presenciei essa cena.
A pergunta que sempre me veem é.
E agora, depois de tanto tempo, quem é que corta o vento, pras bandas da Picinguaba?.
E olha que tem hein.
Texto de Charles Medeiros via facebook
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