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Até certa época, havia em Ubatuba o que chamamos de bairrismo, que se fazia sentir em determinadas situações, principalmente nas disputas futebolísticas. Quando certos bairros se confrontavam, torcida e jogadores às vezes chegavam às vias de fato. Perequê-Açú, Itaguá, Lázaro, Sertão da Quina, são alguns dos bairros de que me lembro cujos times de futebol estimulavam confrontos exacerbados. Interessante é que havia também o bairrismo regional. As cidades do Litoral Norte quando se confrontavam, em qualquer modalidade esportiva, principalmente se os pelejadores fossem Ubatuba versus Caraguatatuba, o tempo esquentava. |
Pobre rio Acaraú! (Arquivo JRS) |
Essa imagem é meramente ilustrativa - Não faz parte da matéria original |
No sábado, o Toninho surpreendeu-me. Presenteou-me com uns dois quilos de mistura. Peixes pequenos que vêm nas redes de pesca de camarão. É que, dias atrás, havíamos conversado por telefone e eu lhe falara de estar com vontade de comer esses peixinhos, bem fritinhos, acompanhados de feijão, farinha, arroz e uma saladinha de tomate temperada com sal, azeite, vinagre e salsinha. Coisinha simples. Dissera-lhe também que estava (e ainda estou) com dificuldades para sair de casa e ir ao mercado de peixe. Pois não é que o querido amigo me aparece em casa, sábado pela manhã, com uns dois quilos de embetaras já consertadas, limpinhas, prontinhas para fritar. |
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Ligia Moreira |
2014- Painel na escola do Perequê-mirim (Arquivo JRS) |
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Carapirá - Arquivo internet |
Quando criança, deitado na areia da praia, eu adorava olhar carapirás voando, indo e vindo, circulando na imensidão do céu. Não conhece? Também era chamado de tesoureiro esse pássaro que vive nas costas brasileira se alimentando de peixes, caranguejos e mais coisas que o mar oferece. Mais tarde me disseram que carapirá também era fragata. Deve ter outros muitos nomes esse lindo ser alado. Vovô Armiro dizia que eles faziam ninhos nas pedras da costeira da ilha do Mar Virado.
Um dia adentrei o recinto de uma sala de aula lotada. Havia duas carteiras vazias, mas faltavam cadeiras. Como sempre no primeiro dia de aula do Curso Técnico de Contabilidade, eu cheguei atrasada. O professor explicava planilha de contas para uma turma do fundão da classe. Ressabiada, sob o olhar torto do professor, procurei um lugar para me instalar e não achei. Foi quando um rapaz de rosto sorridente ofereceu gentilmente seu lugar, e se propôs buscar outra cadeira para ele. |
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Imagem :
Basilio de Moraes Cavalheiro Filho
por Rogerio Contrera - Acervo Prefeitura de Municipal Ubatuba SP
Nos deixou hoje o ex-prefeito Basílio de Moraes Cavalheiro Filho, uma das pessoas mais importantes desta cidade. Alquebrado pela idade, mais de 90 anos, o tempo se incumbiu de levá-lo, indo com ele uma parte da história de Ubatuba da qual ele fez parte, intensamente, quando administrou o município com o seu jeito austero e disciplinado, coisa um tanto quando difícil hoje em dia, principalmente para os políticos. |
Às vezes demoramos muito a descobrir qual o propósito de estarmos aqui, porque neste mundo desordenado em que vivemos, o que nos ensinam é o despertar para a competição, o ser feliz pela aquisição de coisas materiais e sempre manter o foco no que exalte o egoísmo. Muitos já estão cientes do motivo a que vieram e com toda a sabedoria que lhes é nata, conquistam patamares e embelezam tudo ao seu redor, com o melhor que têm para oferecer. |
Textos interessantes nos trazem o José Ronaldo [dos Santos] e o Julinho Mendes. O primeiro, sobre a preservação da cultura caiçara, o segundo, uma história do saudoso Lindolpho Alves Pereira, o “Prééééga fogo!”. O Zé Ronaldo argumenta sobre a necessidade da preservação de comunidades caiçaras. Cita a do Puruba, e nos brinda com uma foto do “Seo Antonio”, balseiro aposentado, quero crer, do rio do Puruba, consertando uns peixinhos que, pelo jeito, me parecem paratis barbudos... |
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Os foliões do Divino sempre tinham acolhida na casa do Velho Rita (Arquivo Kilza Setti) |
Ilha dos Búzios (Arquivo JRS) |