terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Julinho e a ortopedia galinácea

 


Imagem meramente ilustrativa , não faz parte da matéria original publicada no site ubaweb.com

Eduardo Souza
05/10/2010 - 10h06

 
 

Reconheço que sou um pouco conservador, no que diz respeito à ordem espontânea, ou seja, ao conjunto de soluções aprendidas ao longo do tempo. Uma ordem que não foi imposta por ninguém, mas que nasceu das relações de convívio de uma comunidade. Isso não quer dizer que rejeito mudanças. O mesmo não posso dizer de alguns amigos meus que são teimosos e até mesmo radicais na conservação de certos costumes tradicionais do ordenado e extinto mundo caiçara. São tão aferrados a certas práticas que acabam se dando mal.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

SAQUINHO MANSO


Saquinho Manso (Arquivo JRS)

               Parece que foi ontem que nadávamos diariamente entre as praias do Perequê-mirim e da Santa Rita. Depois da Pedra Redonda, onde disputávamos os melhores saltos, o outro lugar onde juntava mais gente era no Saquinho Manso .

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Bairros e comunidades de Ubatuba

 Essa imagem é meramente ilustrativa - não faz parte da publicação original
 

Até certa época, havia em Ubatuba o que chamamos de bairrismo, que se fazia sentir em determinadas situações, principalmente nas disputas futebolísticas. Quando certos bairros se confrontavam, torcida e jogadores às vezes chegavam às vias de fato. Perequê-Açú, Itaguá, Lázaro, Sertão da Quina, são alguns dos bairros de que me lembro cujos times de futebol estimulavam confrontos exacerbados. Interessante é que havia também o bairrismo regional. As cidades do Litoral Norte quando se confrontavam, em qualquer modalidade esportiva, principalmente se os pelejadores fossem Ubatuba versus Caraguatatuba, o tempo esquentava.

AH! ELES SÃO MUITOS, MINHA SENHORA!


Pobre rio Acaraú! (Arquivo JRS)

                        Esta terra (Ubatuba) que possibilitou a cultura caiçara parece que está fadada a ser destroçada, juntamente com sua diversidade de ambientes e de seres. Neste rio (Acaraú), quantas vezes participei das pescarias com o João de Souza! Traíras, bagres, acarás e outros peixes serviram à nossa sobrevivência. Hoje é um canal de esgoto oficial  a feder desde a alvorada radiante no Canto do Baguari.Eis a Minha Senhora e senhora de todos os caiçaras! Os caiçaras -e todos! -, são convocados a zelar pelo nosso ambiente natural, pela nossa "galinha de ovos de ouro"! Não nos deixemos cair no engodo do lucro fácil às custas da destruição daquilo que nos deu a vida!

domingo, 16 de fevereiro de 2025

AMIZADE






Essa imagem é meramente ilustrativa - Não faz parte da matéria original
 

No sábado, o Toninho surpreendeu-me. Presenteou-me com uns dois quilos de mistura. Peixes pequenos que vêm nas redes de pesca de camarão. É que, dias atrás, havíamos conversado por telefone e eu lhe falara de estar com vontade de comer esses peixinhos, bem fritinhos, acompanhados de feijão, farinha, arroz e uma saladinha de tomate temperada com sal, azeite, vinagre e salsinha. Coisinha simples. Dissera-lhe também que estava (e ainda estou) com dificuldades para sair de casa e ir ao mercado de peixe. Pois não é que o querido amigo me aparece em casa, sábado pela manhã, com uns dois quilos de embetaras já consertadas, limpinhas, prontinhas para fritar.


Aprender para repartir

 


Celso de Almeida Jr.


Publicado no Blog Ubatuba Víbora
Coluna do Celsinho
25 de novembro de 2016

Enquanto escrevo, ocorre a Feira de Ciências e Tecnologia-2016 do Colégio Dominique.
Ela vem de longe, desde 1993, quando ainda não tínhamos o ensino médio e estávamos com a implantação gradativa do ensino fundamental.
E, exatamente naquele ano, surgiu a ideia de criar o Instituto Salerno-Chieus, que iniciou o gerenciamento de todos os projetos culturais do colégio, incluindo a Feira de Ciências.

Saca-rolhas

 


Celso de Almeida Jr.

Ligia Moreira

Ubatuba, 12 de março de 2017

Abra um bom vinho.
Lembre-se, antes, que a rolha sacada vem do sobreiro.
Uma árvore cuja casca, a cortiça, se autorregenera.
Para a rolha, o material é obtido somente a partir do terceiro descortiçamento, garantindo a qualidade necessária para o isolamento adequado do vinho.
O detalhe é que a primeira extração só ocorre quando o sobreiro atinge 25 anos de idade.

AH! BONS TEMPOS, MINHA SENHORA!


2014- Painel na escola do Perequê-mirim  (Arquivo JRS)

               Apreciando um mural, provavelmente de alunos, na parede da escola (Florentina) do Perequê-mirim (Ubatuba- SP), tantas recordações me assolam... Primeiramente penso nas transformações ao longo da história: de um lugar bem natural, um território livre tupinambá, onde os portugueses e franceses sonharam outros destinos. Os padres jesuítas (Anchieta e Nóbrega) forçaram os arranjos que permitiram a posse dos lusitanos. Foi cruel, Minha Senhora! A Igreja Matriz, assentada a pouca distância da Praia do Cruzeiro, atesta a força da crença dos europeus sobre as crenças indígenas daquele tempo.

CARAPIRÁ


Carapirá - Arquivo internet

 Quando criança, deitado na areia da praia, eu adorava olhar carapirás voando, indo e vindo, circulando na imensidão do céu. Não conhece? Também era chamado de tesoureiro esse pássaro que vive nas costas brasileira se alimentando de peixes, caranguejos e mais coisas que o mar oferece. Mais tarde me disseram que carapirá também era fragata. Deve ter outros muitos nomes esse lindo ser alado. Vovô Armiro dizia que eles faziam ninhos nas pedras da costeira da ilha do Mar Virado.

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Amigo é coisa pra se guardar...




 


Um dia adentrei o recinto de uma sala de aula lotada. Havia duas carteiras vazias, mas faltavam cadeiras.

Como sempre no primeiro dia de aula do Curso Técnico de Contabilidade, eu cheguei atrasada.

O professor explicava planilha de contas para uma turma do fundão da classe.

Ressabiada, sob o olhar torto do professor, procurei um lugar para me instalar e não achei.

Foi quando um rapaz de rosto sorridente ofereceu gentilmente seu lugar, e se propôs buscar outra cadeira para ele.

Eliana de Oliveira, caiçara de Ubatuba

 

09/04/2014 - 16h03

 
Arquivo 

Lá se vão nove anos. Embora não esteja presente no mundo físico encontra-se nos corações de seus amigos e parentes.

Ficaram as boas lembranças das músicas cantadas e embaladas ao violão, das boas conversas, das comidas gostosas que tão bem sabia fazer e das inúmeras risadas que contagiavam a todos.


sábado, 8 de fevereiro de 2025

BASILIO NOS DEIXOU

 


                                                                            Imagem : 

Basilio de Moraes Cavalheiro Filho

por Rogerio  Contrera - Acervo Prefeitura de Municipal Ubatuba  SP

 

Nos deixou hoje o ex-prefeito Basílio de Moraes Cavalheiro Filho, uma das pessoas mais importantes desta cidade. Alquebrado pela idade, mais de 90 anos, o tempo se incumbiu de levá-lo, indo com ele uma parte da história de Ubatuba da qual ele fez parte, intensamente, quando administrou o município com o seu jeito austero e disciplinado, coisa um tanto quando difícil hoje em dia, principalmente para os políticos.

Um ilustre ubatubense de coração

 

Márcia Martino 

Às vezes demoramos muito a descobrir qual o propósito de estarmos aqui, porque neste mundo desordenado em que vivemos, o que nos ensinam é o despertar para a competição, o ser feliz pela aquisição de coisas materiais e sempre manter o foco no que exalte o egoísmo.

Muitos já estão cientes do motivo a que vieram e com toda a sabedoria que lhes é nata, conquistam patamares e embelezam tudo ao seu redor, com o melhor que têm para oferecer.

Ubatubanos

 


                                             Imagem de arquivo, aqui só para ilustrar essa 
                                             matéria  (não faz parte da matéria original

 

Textos interessantes nos trazem o José Ronaldo [dos Santos] e o Julinho Mendes. O primeiro, sobre a preservação da cultura caiçara, o segundo, uma história do saudoso Lindolpho Alves Pereira, o “Prééééga fogo!”. O Zé Ronaldo argumenta sobre a necessidade da preservação de comunidades caiçaras. Cita a do Puruba, e nos brinda com uma foto do “Seo Antonio”, balseiro aposentado, quero crer, do rio do Puruba, consertando uns peixinhos que, pelo jeito, me parecem paratis barbudos...

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

VELHO RITA (II) final

 



Os foliões do Divino sempre tinham acolhida na casa do Velho Rita (Arquivo Kilza Setti)

Lembrar do Velho Rita é lembrar dos contadores de causos, das praias do Itaguá, do Acaraú, do Tenório; da turma do Janguinho e Santana, da dona Celeste e de tanta gente boa. Essa gente antiga de Ubatuba! Esses velhos caiçaras!
           Lembrar do saudoso Sebastião Rita é lembrar das suas histórias, de um tempo onde éramos mais despreocupados com tudo. Quase tudo se justificava por uma boa prosa. Só o tempo era o senhor: “Se chover eu faço isso; se fizer sol eu faço aquilo”.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Cará Roxo

 

Esse é o famoso Cará Roxo.
Faz parte da tradição da culinária do povo Caiçara.
Nutritivo e saboroso anda meio sumido das mesas da Caiçarada.
Pra modi que faz quanto tempo que bóis não come um Cará Roxo?

Charles Medeiros

UBATUBA,A CIDADE QUE ME ADOTOU...

 


 

Ubatuba
Dizer que amo Ubatuba, é pouco ,a cidade pequena que me acolheu quando aqui cheguei ainda menina, me aportando em seus braços, me apaixonando pelo seu mar, pelo seus encantos, sua gente , sua história.
Creio que até certo ponto ,cresci com ela , ...........


VELHO RITA - PARTE 1


Ilha dos Búzios (Arquivo JRS)


Lembrar do saudoso Velho Rita é lembrar da sua saudosa e querida Josefa.

Lembrar da Josefa é lembrar da Praia da Maria Godói, em Ubatuba. Ela foi a última caiçara nascida nesta praia, por volta de 1920.

Lembrar da Praia da Maria Godói é lembrar de muitas caminhadas e pescarias num lugar maravilhoso, onde estão as marcas (de antigos moradores) que sempre me convidaram para uma escavação arqueológica a fim de entender melhor a antropologia caiçara.