terça-feira, 14 de janeiro de 2025

A MALDIÇÃO DE CUNHAMBEBE

 

A Maldição de Cunhambebe

 

                                       
                                          


As mangueiras são comuns no litoral. Em Paraty estão carregadas na época certa, em Caraguá e em São Sebastião também. Em Ubatuba não. As mangueiras perdem as flores antes da hora. É claro existe uma ou outra mangueira de vez em quando, sem muita regularidade, dá algumas poucas mangas, mas isso são as exceções, para não fugir da regra de que toda regra tem exceções. Os governos começam as coisas e não terminam, os planos param pela metade, o comércio começa bem, logo depois não dá certo. As pessoas que chegam cheias de entusiasmo e idéias novas desistem e a maioria vai embora. É só prestar um pouco de atenção que os exemplos se multiplicam. Mas tudo tem uma explicação, e a explicação para o nosso caso é a maldição lançada sobre a Aldeia de Yperoig, hoje Ubatuba, pelo valente cacique Cunhambebe no ano de 1563.

Logo após a descoberta do Brasil em 1500, os portugueses tiveram que dominar e garantir a posse das terras contra vários reinos europeus que naquele tempo se expandiam descobrindo novas terras ou simplesmente tomando a terra dos outros à força, fazendo depois acordos com a coroa para acomodar a convivência entre eles na Europa. Nessa época, na posse, no domínio e nos acordos valia a lei do mais forte.

Os holandeses e os franceses eram os mais terríveis interessados em tomar dos portugueses as terras descobertas. Os espanhóis que também foram grandes conquistadores lutavam para manter o outro lado do vasto continente. Para dominar a zona costeira e explorar o interior das terras descobertas, os portugueses usavam os índios como escravos no trabalho e nas lutas, capturados à força e muita brutalidade. E é aí que entra a história de Cunhambebe.

Os índios eram pacíficos, não conheciam nada dos brancos, só conheciam a natureza que lhes dava tudo de comer e de curar alguma doença do mato, ferimentos ou comida mal digerida. Seus deuses eram as forças da natureza. Não tinham armas de fogo nem facas e facões porque não conheciam o metal, nem prisões. Os portugueses, para usar seu trabalho escravo, impunham grande pavor, matando, esfaqueando e prendendo com correntes de ferro os desobedientes.

Cansados de tanto sofrimento os índios começaram a se revoltar atacando os invasores em suas aldeias, porém, poupando as mulheres e crianças que para eles são criaturas sagradas. Diferente dos portugueses que quando atacavam arrasavam tudo matando quem estivesse pela frente. Caciques de diversas tribos, liderados por Cunhambebe, (Koniam-bebê) homem de dois metros de altura cujo nome vem de sua gagueira e fala arrastada, 

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